
Tuesday, December 25, 2007
Leonardo da Vinci

Tuesday, December 11, 2007
John Steinbeck

medo da escuridão e dos demónios que assombravam
a noite, sentiu uma onda de exaltação; algo animal se
movia dentro dele, de modo que se tornara cauteloso e
prudente e perigoso; renascia nele o instinto ancestral
do seu povo. Sentia o vento nas costas e guiava-se pelas
estrelas.
Fernando Pessoa

ÉSQUILO
J. W. Rochester
Sunday, November 11, 2007
Friday, November 02, 2007
VICTOR HUGO
Thursday, October 04, 2007
MARCEL PROUST

Sunday, September 23, 2007
Ésquilo
Saturday, September 15, 2007
Albert Camus
Sunday, September 09, 2007
Jostein Gaarder
Depois podia ler-se: "A pessoa mais sábia é a que sabe que não sabe". Mais sábia que quem? Se o filósofo queria dizer com isso que uma pessoa que sabia que não sabia tudo era mais sábia do que uma que sabia pouco e que pensava que sabia muito - sim, nesse caso não era muito difícil partilhar a sua opinião. Sofia nunca tinha pensado nisso. Mas quanto mais pensava, mais claro lhe parecia que, no fundo, saber que não se sabe é uma espécie de saber. Ela não conseguia imaginar nada mais estúpido do que pessoas que defendiam opiniões que julgavam irrefutáveis, quando, na realidade, nada sabiam sobre isso.LEO BUSCAGLIA

Friday, August 10, 2007
Vinicius de Moraes
Monday, July 23, 2007
Richard Bach

Saturday, July 21, 2007
GANYMEDES JOSE
NELSON RODRIGUES

LÚCIA (noutra atitude) - Foi você quem perdeu minha alma!
PEDRO (rápido) - E você a minha!
LÚCIA (sardônica) - Você nunca prestou! Foi sempre isso! Não me olhe, que não adianta!
PEDRO - Está bem. Depois eu falo com você.
LÚCIA - É inútil. Não serei de você, nem de ninguém. Você nunca me tocará, Pedro.
PEDRO - Você diz isso agora!
LÚCIA - Jurei que nem um médico veria o meu corpo.
PEDRO (cruel) - Então ela ficou impressionadíssima com as mulheres vestidas de amarelo e cor-de-rosa. Uma vitrola! Duas fulanas dançando!
LÚCIA (chorosa) - Não fale assim! Ela está ali. Morreu.
PEDRO (sardônico) - Era louca por toda mulher que não prestava. Vivia me falando em Clessi. Uma desequilibrada!
LÚCIA (revoltada) - Você deve estar bêbedo para falar assim!
PEDRO (sério) - Ou louco... (grave) Não tenho o menor medo da loucura.
Friday, July 20, 2007
FERNANDO PESSOA

Gabriel Garcia Marquez
Então deu outro salto para se antecipar às predições e averiguar a data e as circunstâncias da sua morte. Entretanto antes de chegar ao verso final já tinha compreendido que não sairia nunca mais daquele quarto, pois estava previsto que a cidade dos espelhos ( ou das miragens ) seria arrasada pelo vento e desterrada da memória dos homens no instante em que Aureliano Babilonia acabasse de decifrar os pergaminhos e que tudo que estava escrito neles era irrepetível desde sempre, e por todo o sempre, porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda chance sobre a terra. ERICO VERÍSSIMO
Eugenio olhou em torno do quarto. Olívia estava presente ‑ ele sentia ‑ naqueles móveis, naqueles objetos, no perfume que andava no ar. Estava presente nas suas cartas, no próprio brilho das estrelas e também na alma e no sangue de Ana Maria. Mas dentro de algum tempo ‑ sentia Eugenio dolorosamente ‑ ela seria apenas um símbolo, um nome sem corpo, um rosto sem feições. Foi deitar‑se impressionado. E naquela noite, sonhou que Olívia tinha sido apenas um sonho em sua vida. CLARICE LISPECTOR

Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio. Que é que eu posso escrever. Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la.
Escrever
Neste mesmo instante estou pedindo que Deus me ajude. Estou precisando. Precisando mais do que a força humana. E estou precisando da minha própria força. Sou forte mas também sou destrutiva. Autodestrutiva. E quem é autodestrutivo também destrói os outros. Estou ferindo muita gente. E Deus tem que vir a mim, já que eu não tenho ido a Ele. Venha, Deus, venha. Mesmo que eu não mereça, venha. Ou talvez os que menos merecem precisem mais.
Deus
Como seria o amor entre duas esperanças? Verde e verde, e depois o mesmo verde, que, de repente, por vibração de verdes, se torna verde. Amor predestinado pelo seu próprio mecanismo aéreo. Mas onde estariam nela as glândulas de seu destino, e as adrenalinas de seu seco e verde interior? Pois era um ser oco, um enxerto de gravetos, simples atração eletiva de linhas verdes. Eu? Eu. Nós? Nós. Nessa magra esperança de pernas altas, que caminharia sobre um seio sem nem sequer acordar o resto do corpo, nessa esperança que não pode ser oca, pois não existe linha oca, nessa esperança a energia atômica sem tragédia se encaminha em silêncio.
Esperança
E ela era a mãe de todos. E se de repente não se ergueu, como um morto se levanta devagar e obriga mudez e terror aos vivos, a aniversariante ficou mais dura na cadeira, e mais alta. Ela era a mãe de todos. E como a presilha a sufocasse, ela era a mãe de todos e, impotente à cadeira, desprezava-os. E olhava-os piscando. Todos aqueles seus filhos e netos e bisnetos que não passavam de carne de seu joelho, pensou de repente como se cuspisse.
Feliz aniversário
Faça com que eu tenha a coragem de te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo
Faça com que a solidão não me destrua
Faça com que minha solidão
me sirva de companhia
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo
Receba em teus braços o meu pecado de pensar
Meu Deus, me dê coragem...
O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo, estou pensando." Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia. O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas.
Das vantagens de ser bobo
Faze com que eu tenha caridade por mim mesma, pois senão não poderei sentir que Deus me amou, faze com que eu perca o pudor de desejar que na hora de minha morte haja uma mão humana amada para apertar a minha...
Prece
A pretexto de férias com minha família, separamo-nos. Um aperto de mão comovido foi o nosso adeus no aeroporto. Sabíamos que não nos veríamos mais, senão por acaso. Mais que isso: que não queríamos nos rever. E sabíamos também que éramos amigos. Amigos sinceros.
Uma Amizade Sincera
Como em tudo, no escrever também tenho uma espécie de receio de ir longe demais. Que será isso? Por que? Retenho-me, como se retivesse as rédeas de um cavalo que pudesse galopar e me levar Deus sabe onde. Eu me guardo. Por que e para quê? Para o que estou eu me poupando? Eu já tive clara consciência disso quando uma vez escrevi: "é preciso não ter medo de criar". Por que o medo? Medo de conhecer os limites de minha capacidade? Ou medo do aprendiz de feiticeiro que não sabia como parar? Quem sabe, assim como uma mulher que se guarda intocada para dar-se um dia ao amor, talvez eu queira morrer toda inteira para que Deus me tenha toda.
Não soltar os cavalos
Monday, July 16, 2007
ANTON CHEKOV
EMILE ZOLA
Monday, July 09, 2007
CALDERON DE LA BARCA
¿Qué os admira? ¿Qué os espanta,si fue mi maestro un sueño,
y estoy temiendo, en mis ansias,
que he de despertar y hallarme
otra vez en mi cerrada
prisión? Y cuando no sea,
el soñarlo sólo basta;
pues así llegué a saber
que toda la dicha humana,
en fin, pasa como sueño,
y quiero hoy aprovecharla
el tiempo que me durare,
pidiendo de nuestras faltas
perdón, pues de pechos nobles
es tan propio el perdonarlas.
FREDERICO GARCIA LORCA

PERLIMPLÍN. (Descubriéndose.) Tu marido acaba de matarme con este puñal de esmeraldas. (Enseña el puñal clavado en el pecho.)
BELISA. (Espantada.) ¡Perlimplín!
PERLIMPLÍN. Él salió corriendo por el campo y no le verás más nunca. Me mató porque sabía que te amaba como nadie. Mientras me hería... gritó: ¡Belisa ya tiene un alma!... Acércate.
(Está tendido en el banco.)
BELISA. ¿Pero qué es esto?... ¡Y estás herido de verdad!
PERLIMPLÍN. Perlimplín me mató... ¡Ah, don Perlimplín! Viejo verde, monigote sin fuerzas, tú no podías gozar el cuerpo de Belisa... El cuerpo de Belisa era para músculos jóvenes y labios de ascuas... Yo en cambio amaba tu cuerpo nada más... ¡tu cuerpo!... pero me ha matado... con este ramo ardiente de piedras preciosas.
BELISA. ¿Qué has hecho?
PERLIMPLÍN. (Moribundo.) ¿Entiendes?... Yo soy mi alma y tú eres tu cuerpo... Déjame en este último instante, puesto que tanto me has querido, morir abrazado a él.
BELISA. (Se acerca medio desnuda y lo abraza.) Sí... ¿pero y el joven?... ¿Por qué me has engañado?
PERLIMPLfN. ¿El joven?... (Cierra los ojos.)
(La escena adquiere luz mágica.)
MARCOLFA. (Entrando.) ¡Señora!
BELISA. (Llorando.) ¡Don Perlimplín ha muerto!
MARCOLFA. ¡Lo sabía! Ahora le amortajaremos con el rojo traje juvenil con que paseaba bajo sus mismos balcones.
BELISA. (Llorando.) ¡Nunca creí que fuese tan complicado!
MARCOLFA. Se dio cuenta demasiado tarde. Yo le haré una corona de flores como un sol de mediodía.
BELISA. (Extrañada y en otro mundo.) Perlimplín, ¿qué cosa has hecho, Perlimplín?
MARCOLFA. Belisa, ya eres otra mujer... Estás vestida por la sangre gloriosísima de mi señor.
BELISA. ¿Pero quién era este hombre? ¿Quién era?
MARCOLFA. El hermoso adolescente al que nunca verás el rostro.
BELISA. Sí, sí, Marcolfa, le quiero, le quiero con toda la fuerza de mi carne y de mi alma. Pero ¿dónde está el joven de la capa roja?... Dios mío. ¿Dónde está?
MARCOLFA. Don Perlimplín, duerme tranquilo... ¿La estás oyendo?... Don Perlimplín... ¿la estás oyendo?...
Amor de don Perlimplín con Belisa en su jardín
Wednesday, July 04, 2007
NICOLAU MAQUIAVEL
Lygia Fagundes Telles
Tuesday, July 03, 2007
RICHARD BACH
Monday, June 18, 2007
Gustave Flaubert

Saturday, June 16, 2007
DAPHNE DU MAURIER
Saturday, June 02, 2007
SUN TZU
Wednesday, May 09, 2007
SCHILLER
Traistes e desprezastes
um coracao amante
por vencer o duro coracao de uma orgulhosa.
Pois ajoelhai agora aos pes de Elizabeth! MARY
Friday, May 04, 2007
Gerty Colin

Na foto: Codessa D'Agoult, Richard Wagner e Cosima Liszt.
Wednesday, May 02, 2007
Euripedes
Saturday, April 28, 2007
Elisa Lucinda

Na porta do hall que dá nos interiores do meu coração, Tem uma moça com uma lança na mão. Quem chega não pode entrar assim desastrado Ter acesso ao palácio Ao segredo diário Ao doce difícil apiário de sua função Pode não! Na frente tem um jardim Depois é a sala de estar Que é também a de espera. Lá tem um bar pra quem quiser beber Tem até um “sumiê” Quen é de derreter a gente. Ardente, lá tem instalado Um ar-condicionado a arejar Que é pra disfarçar a quentura que vem de dentro. Na divisa do corredor Em cima do gongá Tem um andor Com uma guerreira treinada pra fazer alguns testes Que é pra ver quem merece entrar Conhecer, se esparramar.Tem teste de olhar Tem prova de fogo Tem prova real Tem a qualidade do jogo Tem argüição geral Tem fino escambau A moça não deixa entrar Só passa quem exuberar fatal Ou quem conseguir ousar dela escapar. Aquele que entrar há de tratar De não desarrumar a mesa posta A comida bem-feita A flor no jarro. Tudo é muito delicado Por isso caro Tudo é pouco e virtuoso Por isso cristal Tudo é garimpado e perseverante Por isso diamante Por isso avante mas não repuxe o tapete, deixe tudo no lugar. Se ficar, há que construir mais uma sala, Em vez de falas, Nem que seja umazinha puxada lá atrás. Mas faça carinho nos móveis: Lá tudo é vida Ali tudo respira sangue e sentimento. Por isso a guerreira precisa barrar os nojentos Os vampiros peçonhentos Disfarçados de príncipes. Ó, é muito simples, como entrar em uma floresta. Isso é aviso, é instrução Isso é precaução de coração vivido... Hoje, fruta esperta protejo o quintal. E se faço esse escarcéu, na portaria Não é nem por ser convencida, mulher superior Rainha metida à beça ou raivosa cadela, e faco tudo isso e vivo na cautela É porque sou muito amiga dela.
MAPA DA MINA
Sunday, April 08, 2007
CRUZ E SOUZA

Saturday, April 07, 2007
JAMES JOYCE

Wednesday, April 04, 2007
MARIO DE SA CARNEIRO
Clarice Lispector
Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise. Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e não me alcanço. Além do que: que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano- já me aconteceu antes. Pois sei que - em termos de nossa diária e permanente acomodação resignada à irrealidade- essa clareza de realidade é um risco. Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela não me serve para viver os dias. Ajudai-me a de novo consistir dos modos possíveis. Eu consisto, eu consisto, amém.Carlos Drummond de Andrade


Alexandre Herculano
Almeida Garrett
O que os meus olhos cegou
Não tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.
Divino, eterno! e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, num só momento que a vi,
Queimar toda alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
Eça de Queirós
Longas são as estradas da Galileia, e curta a piedade dos homens. Tão rota, tão trôpega, tão triste, até os cães me ladrariam da porta dos casais. Ninguém atenderia o meu recado, e me apontaria a morada do doce rabi. Oh filho! Talvez Jesus morresse... Nem mesmo os ricos e os fortes o encontram. O Céu o trouxe, o Céu o levou. E com ele para sempre morreu a esperança dos tristes.Tuesday, March 20, 2007
Machado de Assis
Saturday, March 17, 2007
NAJUA e SORAYA ZAIED
Sunday, March 11, 2007
MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO
Atingido o sofrimento máximo, nada já nos faz sofrer. Vibradas as sensações máximas, nada já nos fará oscilar. Simplesmente, este momento culminante raras são as criaturas que o vivem. As que o viveram ou são, como eu, os mortos-vivos, ou — apenas — os desencantados que, muita vez, acabam no suicídio. Contudo, ignoro se é felicidade maior não se existir tamanho instante. Os que o não vivem, têm a paz — pode ser. Entretanto, não sei. E a verdade é que todos esperam esse momento luminoso. Logo, todos são infelizes. Eis pelo que, apesar de tudo, eu me orgulho de o ter vivido.MACHADO DE ASSIS

PEDRO BANDEIRA
"E o meu amado o que diria se eu partisse? O que diria se estes versos não ouvisse? O que teria em suas mãos senão um corpo dessangrado, cheio de carne, de suspiros, de delírio apaixonado? Faltaria, porém, o recheio das idéias, a loucura e a razão, que transformam um encontro sem graça em tremenda paixão! Mas não tema oh meu querido que esse amor desapareça, pois ele é amado ao mesmo tempo por um corpo e uma cabeça. O corpo ele pode beijar, cheirar, fazer do corpo mulher. Mas a cabeça o possui, manipula e faz dele o que quer! Haja o que houver, do meu amor esse garoto foi o rei. Digam a ele que com corpo e cabeça eu sempre o amarei. A marca dessa lágrima testemunha que eu o amei perdidamente. Em suas mãos depositei a minha vida e me entreguei completamente. Assinei com minhas lágrimas cada verso que lhe dei, como se fossem confetes de um carnaval que não brinquei. Mas a cabeça apaixonada delirou foi farsante, vigarista, mascarada, foi amante, entregando-lhe outra amada, foi covarde que amando nunca amou!" Monday, February 26, 2007
Jorge Luis Borges

Em que reino, em que século,
Sob que silenciosa conjunção dos astros,
Em que dia secreto
Que o mármore não salvou, surgiu a valorosa
E singular idéia de inventar a alegria?
Com outonos de ouro a inventaram.
O vinho flui rubro ao longo das gerações
Como o rio do tempo e no árduo caminho
Nos invada sua música, seu fogo e seus leões.
Na noite do júbilo ou na jornada adversa
Exalta a alegria ou mitiga o espanto
E a exaltação nova que este dia lhe canto
Outrora a cantaram o árabe e o persa.
Vinho, ensina-me a arte de ver minha própria história
Como se esta já fora cinza na memória.






























