Fernão Gaivota passou o resto dos seus dias sozinho, mas voou muito além dos Penhascos Longínquos. A solidão não o entristecia. Aprendia cada vez mais. Aprendeu que um eficiente mergulho a grande velocidade lhe dava o peixe raro e saboroso que vivia três metros abaixo da superfície do mar. Já não precisava de barcos de pesca nem de pão duro para viver. Aprendeu a dormir no ar, estabelecendo um percurso noturno pelo vento do largo, cobrindo cento e cinqüenta quilômetros desde o ocaso até a aurora. Utilizando o mesmo controle interior, voou através de nevoeiros cerrados e subiu acima deles para céus mais claros e resplandescentes... Enquanto as outras gaivotas ficavam em terra, conhecendo apenas a neblina e a chuva.
Fernão Capelo Gaivota
1 comment:
Se você não encontrar razões para voar, invente-as.
Viva o Fernão Capelo Gaivota!
Abraços, flores, estrelas..
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