Teu belo ser, em pensamento,
Uma vez mais ouso afagar;
O sonho, com o sentimento
Reaver; com gozo, acanhamento
E dó, o amor teu evocar.
Foge, a mudar-se, cada vida;
Muda-se tudo, e tu, e eu.
Já para teu poeta, querida,
E o amado, para ti, morreu.
Recebe, pois, longínqua amada,
O adeus deste meu coração,
Qual viúva, ou qual o que abraçada
Mantém a que ele ama, calada,
Quando ele vai sofrer prisão.
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